domingo, 22 de maio de 2011

Teoria do Desenvolvimento Moral


 Lawrence Kohlberg
 
Para Kohlberg a maturidade moral é atingida quando o indivíduo é capaz de entender
que a justiça não é a mesma coisa que a lei; que algumas leis existentes podem ser
moralmente erradas e devem, portanto, ser modificadas.
Criou a teoria dos estádios morais, pois acreditava que o nível mais alto da moralidade
exige estruturas lógicas novas e mais complexas do que as apresentadas por Piaget
Assim, segundo o autor, existem três níveis da moralidade. O primeiro chamou de
nível pré-convencional que se caracteriza pela moralidade heterônoma, onde "as regras
morais derivam da autoridade, são aceitas de forma incondicional e a criança obedece
para evitar um castigo ou para ser recompensada" (ARANHA e MARTINS, 2003, p.
311). O indivíduo deste estágio, define a justiça em função de diferenças de poder e
status, sendo incapaz de diferenciar perspectivas nos dilemas morais. Há neste nível um
segundo estágio, o qual Kohlberg, chamou de moralidade de intercâmbio, pois inicia-se
o processo de descentração, possibilitando ao indivíduo perceber que outras pessoas
também tem seus próprios interesses, porém a moral ainda permanece individualista,
fazendo com que estabeleça trocas e acordos. Segundo Dáz-Aguado e Medrano (1999),
Kohlberg afirmava que as regras e expectativas sociais, são externas ao eu.
O segundo nível, classificado por Kohlberg, foi chamado de nível convencional, o qual
valoriza-se o reconhecimento do outro e inclui dois estágios: o da moralidade da
normativa interpessoal e o da moralidade do sistema social. No primeiro começa-se a
seguir as regras para assim garantir um bom desempenho do papel de "bom menino" e
de "boa menina", percebe-se uma preocupação com as outras pessoas e seus
sentimentos. Já no segundo estágio, o indivíduo "adopta a perspectiva de um membro da
sociedade baseada em uma concepção do sistema social como um conjunto consistente
de códigos e procedimentos que se aplicam imparcialmente a todos os seus membros"
(DÍAZ-AGUADO e MEDRANO, 1999, p. 31).
O terceiro nível foi chamado de nível pós-convencional, considerado por Kohlberg,
como o mais alto da moralidade, pois o indivíduo começa a perceber os conflitos entre
as regras e o sistema, o qual foi dividido entre o estágio da moralidade dos direitos
humanos e o estágio dos princípios éticos universais. Neste nível, os comportamentos
morais passam a ser regulados por princípios (exemplo: o indivíduo não rouba
simplesmente porque sabe que isso é errado).


"Os valores são independentes dos grupos ou das pessoas que os sustentam, porque são
princípios universais de justiça: igualdade dos direitos humanos, respeito à dignidade
das pessoas, reconhecimento de que elas são fins em si e precisam ser tratadas como tal.
Não se trata de recusar leis ou contratos, mas de reconhecer que eles são válidos porque
se apoiam em princípios" (ARANHA e MARTINS, 2003, p. 312).
Segundo os estudos de Kohlberg, pouquíssimas pessoas atingem o último nível da
construção moral, o qual alega inúmeros motivos. Ao encontrar soluções aceitáveis a tal
descoberta, o autor justifica que em primeiro lugar as pessoas não nascem morais, mas
que seu comportamento moral evolui a partir de etapas e de oportunidades que
procedem à descentração. Partindo deste pensamento, Kohlberg esperava que os pais e
professores estivessem moralmente maduros para auxiliarem as crianças, mas, como ele
mesmo percebeu, nem sempre isto ocorre. Outro facto que o autor aponta é que sentia
dificuldades em encontrar professores para auxiliá-lo, uma vez que muitos se
encontravam no nível pré-convencional. Mais uma vez, constatamos que a influência do
adulto na construção moral da criança é um facto importante, pois se segundo Kohlberg, o adulto encontra dificuldades em atingir o nível máximo da moralidade, como poderá
construí-la nas crianças?

Podemos esquematizar a teoria de Kohlberg da seguinte maneira:

Nível 1 (Pré-Convencional)
            1. Orientação "punição obediência"          
            (Como eu posso evitar a punição?)

         2. Orientação auto-interesse                                                                  
         (O que eu ganho com isso?)

 Nível 2 (Convencional)
                                 
3. Acordo interpessoal e conformidade
(Normas sociais)
(Orientação "bom moço"/"boa moça")

4. Orientação "manutenção da ordem social e da autoridade" 
(Moralidade "Lei e Ordem")
 Nível 3 (Pós-Convencional)
5. Orientação "Contrato Social"                                               

            6. Princípios éticos universais
            (Consciência principiada)




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